Conhecido pelas suas magníficas paisagens e deliciosos vinhos, o Vale Encantado do Douro é um destino obrigatório para todos aqueles que apreciam o enoturismo e que, por isso, procuram saber tudo sobre os vinhos de excelência.
É que, para além do vinho do Porto, são vários os outros vinhos que, também deliciosos, provêm dos vinhedos de uma das mais bonitas zonas do nosso país. E, que, estamos certos, vai querer experimentar.
A Região Demarcada do Douro
Assim, a Região Demarcada do Douro divide-se em três zonas diferentes: Baixo - Corgo, Cima - Corgo e Douro Superior.
A zona de Baixo - Corgo reflete mais de metade da região demarcada, sendo que 51% da sua extensão está ocupada por vinha. Ao todo, são sensivelmente 13500 hectares de vinhedo, o que representa toda a margem direita do belíssimo Rio Douro, de Barqueiros ao Rio Corgo (na Régua). Esta área está na origem da viticultura e é ali que são cultivadas as uvas que dão origem ao Porto Ruby e Tawny de preço mais elevado.
Para além da margem direita, esta zona compreende ainda a margem esquerda do Rio Douro de Barrô até ao Rio Temilobos, que fica próximo de Vila de Armamar.
Quanto à zona de Cima - Corgo, está localizada no maravilhoso Pinhão (a montante do Baixo - Corgo). Diz-se que é aqui o coração do Douro e do cultivo vitivinícola para o vinho do Porto. Afinal, as uvas cultivadas nesta zona são consideradas de elevada qualidade, sendo utilizadas na produção dos vinhos Vintage e Late Bottled Vintage.
Ao todo, são cerca de 17000 hectares de vinhedos que dão origem a vinhos das marcas mais conhecidas. Consequentemente, é fácil encontrar por lá magníficas quintas produtoras de vinho que convidam os visitantes a deliciar-se com uma saborosa prova de vinhos e, claro, a contemplar as inigualáveis paisagens que mais parecem saídas de um filme.
Por último, a zona do Douro Superior é a área mais pequena, com uma representação de apenas 13%. Isto deve-se ao facto de a navegação ser mais difícil após o Cachão da Valeira. Com efeito, apenas 8000 hectares são utilizados para o cultivo de vinhas.
São aproximadamente 30 os tipos de uva que podem ser usadas na produção do Vinho do Porto. Contudo, nas vinhas mais modernas é habitual serem usadas uma seleção de cinco ou seis castas de alta qualidade. A única obrigação, claro, é que as castas utilizadas sejam provenientes da Região Demarcada do Douro.
Traçado o mapa do Douro Vinhateiro, importa descobrir quais são os vinhos que por lá se produzem e como se tornaram tão famosos.
Vinhos do Douro: delicie-se com o néctar dos Deuses!
Como sabe, o Vinho do Porto é o mais conhecido de entre todos os vinhos do Douro. A sua História remonta ao século XVII quando Portugal começou a exportar vinhos para Inglaterra. Na época, para que aguentasse as viagens marítimas, era usual colocar aguardente vínica nos tonéis de vinho, elevando-se o teor alcoólico e interrompendo o processo de fermentação. Acontece que é esse o princípio do vinho do Porto. Quando o processo de fermentação se inicia é acrescentada aguardente vínica o que aumenta o teor de álcool e mantém o índice de açúcar natural.
Consequentemente, e com a técnica aprimorada ao longo dos séculos, hoje são vários os estilos de Porto existentes, que conquistam apreciadores um pouco por todo o mundo. Se for visitar o Douro, tente experimentar todos!
Os tintos, brancos e rosés e melhores harmonizações
Os vinhos tintos têm na Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinta Roriz (Aragonez), Tinta Barroca e Tinto Cão as castas de maior expressão. Os tintos jovens são consumidos poucos anos após as vindimas e distinguem-se pelo aroma frutado. São perfeitos para acompanhar pratos de massa ou aves. Já os tintos assinalados como Reserva ou Grande Reserva têm uma cor e sabor mais intensos. São, portanto, uma excelente opção para acompanhar carnes vermelha ou de caça.
Quando falamos em vinhos brancos falamos de vinhos provenientes de castas como a Malvasia Fina, o Viosinho, o Gouveio e o Rabigato. Têm uma cor clara, aroma frutado e são a escolha ideal para acompanhar pratos de peixe. Os brancos de Guarda têm uma tonalidade mais dourada, e um aroma mais torrado, devido ao seu maior estágio em madeira. Assim, são uma excelente opção para harmonizar com peixes mais gordos como o salmão ou o bacalhau.
Os vinhos rosados, também conhecidos como rosé, são, como o próprio nome indica, vinhos de cor rosada, com aroma frutado, misturando doçura e acidez. Um dos mais conhecidos é o da Casa de Mateus cujo Palácio vale muito a pena visitar (quer por quem aprecia vinhos, quer por quem aprecia bonitos edifícios e magníficos jardins).
O delicioso Moscatel e o Espumante do Douro
Acresce que, nas belíssimas encostas do Douro, se produz também o Vinho Moscatel e o Espumante do Douro.
O Vinho Moscatel é produzido num território bem definido entre Favaios (uma aldeia encantadora que adorará visitar), lugar da Granja e algumas áreas de Alijó. É um vinho produzido a partir de uma única casta, o “Moscatel Galego”, que se cultiva acima dos 600 metros de altitude.
Assim, o Moscatel Branco é um vinho bastante doce (a casta atinge níveis bastante elevados de açúcar aquando do amadurecimento), de cor dourada, com travo a mel e compotas, desvendando notas de laranja, damasco e manteiga, e um ou outro traço de frutos secos.
Não é por isso de admirar que seja um vinho muito apreciado, tanto por nacionais como por estrangeiros. Se nunca provou, está na altura de ir até Favaios e deixar-se deslumbrar. Não só pelo vinho, mas também pelas paisagens de cortar a respiração e pela simpatia das gentes durienses. Por lá, há uma das quintas durienses mais emblemáticas, cujos jardins são de cortar a respiração de tão belos.
O Espumante do Douro, curiosamente, nasceu de uma história de amor. João, um engenheiro químico, apaixonou-se por uma americana que o levou a Napa Valley (nos Estados Unidos da América) a fim de aprenderem como fazer vinho. De volta a Portugal, João decidiu que iria fazer espumantes nas terras que tinha em Vila Flor.
Com a ajuda do produtor norte americano, Jack Davies, e do enólogo Celso Pereira, começou o estudo das melhores uvas para produzir espumantes. Fundaram então a empresa Caves Transmontanas que elegeu os terrenos acima dos 550 metros com solos de granito como perfeitos para a produção dos Espumantes do Douro.
Entre os melhores apreciadores encontram-se os americanos e os brasileiros, cujos países são os principais destinos de exportação. Mas, são muitos os portugueses que, cada vez mais, se rendem ao Espumante do Douro.
O nosso tour
No Douro há mesmo vinhos para todos os gostos, ocasiões e até estados de espírito. E, porque tão maravilhoso quanto se deliciar com um bom vinho é conhecer onde ele é feito, convidamo-lo a embarcar no programa Segredos do Douro e Tâmega. Serão três dias absolutamente maravilhosos em que terá a oportunidade de conhecer um Douro profundo e belíssimo, com visitas a Quintas produtoras de vinho, ao magnífico Palácio de Mateus e ao centro histórico de Amarante e à Região do Vinho Verde, qual rota dos vinhos durienses. Poderá ainda provar pratos típicos durienses (a gastronomia da região é muito saborosa) - confecionados em potes de ferro -, subir a bordo de um inesquecível Cruzeiro em barco rabelo, onde poderá desfrutar de algumas das mais bonitas paisagens no Coração do Douro, e deliciar-se com as paisagens que quererá, com toda a certeza, eternizar em bonitas fotografias. Entre muitas outras experiências que o levarão não só a provar e conhecer os melhores vinhos durienses, como a deslumbrar-se com uma das mais bonitas regiões do nosso país.
Venha daí e aproveite o bom tempo para desfrutar desta inesquecível escapadinha. Qualquer desculpa para visitar o Douro é sempre boa, certo?