O Cruzeiro Régua - Barca d'Alva – Régua é um dos programas mais populares e deslumbrantes do Rio Douro. O ponto de encontro é o Cais da Régua e daqui navegamos até Barca d'Alva, junto à fronteira com Espanha. Pelo caminho, percorremos paisagens durienses incríveis, repletas de História e pontos de interesse. Venha conhecer!
Deseja conhecer o Rio Douro em grande parte da sua extensão em território português? Então navegue num magnífico cruzeiro desde a Régua até à localidade fronteiriça de Barca d’Alva. No seu percurso, terá oportunidade de atravessar as mais belas paisagens durienses, com pontos de interesse tão diversos como cidades, vilas, pontes, quintas, barragens e afluentes do rio. Navegue nas tranquilas águas do Douro e contemple importantes aspetos da paisagem da Região do Douro Vinhateiro. Destacamos aqueles que, pela sua beleza e significado, o mais irão surpreender:
Cidade do Peso da Régua
O cruzeiro inicia-se no Cais da Régua, conhecida como a Capital do Vinho do Porto. O nome da cidade deriva da existência de uma casa romana de campo chamada a “Villa Regula”. Durante o período do Condado Portucalense, a Régua passou a ser pertença dos bispos do Porto, por doação de D. Teresa. Já nessa época recuada se fazia o cultivo da vinha devido à localização geográfica, clima e solo propício ao seu desenvolvimento. Em meados do século XVIII, o Marquês de Pombal criou aqui a Companhia de Vinhas do Alto Douro e, desde então, a Régua passou a ser uma terra próspera e em grande crescimento económico e populacional. Em 1983 foi elevada a concelho e, atualmente, é considerada uma das cidades mais importantes de toda a zona norte do país.
1ª Ponte da Régua
Foi inaugurada em 1872. No entanto, nunca teve qualquer utilização, pois foi edificada para um caminho-de-ferro que nunca chegou a construir-se.
2ª Ponte da Régua
Foi inaugurada em 1937 e tem cerca de 330m de comprimento. Serve o trânsito rodoviário entre Lamego e Vila Real.
Ponte Miguel Torga
O nome da ponte é uma homenagem ao escritor Miguel Torga, natural da Região do Douro. Foi inaugurada em 1997 e projetada pelo engenheiro português Armando Rito. O seu tabuleiro tem cerca de 900m de extensão e os seus pilares atingem os 90m de altura.
Barragem de Bagaúste
Foi a segunda barragem do rio Douro a ser construída, entre 1967 e 1973. A sua eclusa tem 85m de comprimento, 12m de largura e um desnível de 27m.
Quinta dos Frades
A Quinta dos Frades está localizada na aldeia da Folgosa e é uma das mais belas e antigas propriedades do Douro. Pertencia, no passado, ao Mosteiro de Salzedas e é, atualmente, propriedade da família Ferreira. Desde 1256 que se destina à produção de vinho, com uma área de 100 hectares de vinhas, metade delas já centenárias.
Restaurante Doc
O povoado de Folgosa pertence ao município de Armamar, um dos maiores produtores nacionais de maçã, sendo conhecida como a capital da Maçã de montanha. Aqui, situa-se o Restaurante Doc, propriedade do famoso chef português o chef Rui Paula. É considerado um dos melhores restaurantes da região do Douro. Desde 2007, ocupa um edifício de arquitetura moderna, assente em estacas, que se prolonga ao longo de um elegante deck de madeira sobre o rio. Da autoria do arquiteto Miguel Saraiva, a incrível estrutura fluvial inclui ainda um cais com capacidade para 15 barcos, uma garrafeira e um parque de estacionamento.
Pinhão
O cruzeiro prossegue até à belíssima vila do Pinhão. O Pinhão situa-se na confluência do rio Douro com o rio Pinhão e encontra-se no centro geográfico da Região Demarcada do Douro, onde se produz o tão famoso Vinho do Porto. As margens destes dois rios começaram a produzir um vinho fino de superior qualidade, já com o nome de Vinho do Porto, desde 1678, vinho esse que era transportado nos míticos barcos rabelos. A linha do Douro ficou concluída em 1887, mas o caminho-de-ferro só chegou ao Pinhão três anos mais. Nessa altura, foi construída uma belíssima estação que está revestida com painéis de azulejos que datam de 1937. A ponte de ferro sobre o rio Pinhão foi construída em 1700. A ponte de ferro sobre o Douro foi aberta ao trânsito automóvel em 1906.
Quinta da Romaneira
A Quinta da Romaneira é uma das grandes quintas históricas do Douro, com registos desde o século XVII. Desde 2007 que esta quinta funciona como um luxuoso hotel, tendo sido eleita em 2010 pelo jornal “The Times” como um dos 20 melhores hotéis de Enoturismo do mundo.
Quinta dos Malvedos
Anteriormente denominada de “Quinta dos Ingleses”, foi o local escolhido pelo ex-1º Ministro britânico, Sir John Major, para passar as suas férias de Verão em 1993 e 1994.
Foz do Rio Tua
É um afluente do Douro com cerca de 110km de extensão. Atrás da ponte ferroviária sobre a foz do Tua pode ver-se uma segunda ponte rodoviária, da autoria do engenheiro português Edgar Cardoso.
Tua
Ao longo deste cruzeiro, poderá avistar-se o Tua, uma antiga aldeia piscatória, pertencente ao concelho de Carrazeda de Ansiães. Foi o importante ponto de entroncamento da linha do Douro com a linha do Tua, que ligou durante muitos anos esta povoação a Bragança. No entanto, esta linha foi desativada em 1991 e, atualmente, a linha do Tua termina em Mirandela.
Barragem da Valeira
Foi a terceira barragem a ser construída, entre 1971 e 1976. É uma eclusa de navegação com 858m de comprimento, 12m de largura e um desnível de 32m.
Cachão da Valeira
O Cachão da Valeira era um obstáculo natural intransponível, que dificultava imenso a navegação do Douro. Era uma formação granítica que provocava no leito do rio uma espécie de represa, de onde a água se despenhava de uma altura de cerca de 15m.
No final do século XVIII, a Rainha D. Maria I mandou demolir este cachão e, para celebrar este acontecimento, mandou talhar uma inscrição que ainda hoje se pode ver na rocha. Ao passarmos aqui lembramos duas das mais conhecidas e mediáticas figuras da história do Douro e Vinho do Porto: D. Antónia Adelaide Ferreira e o Barão de Forrester. No dia 12 de maio de 1831, ambos saíram num barco rabelo da Quinta do Vesúvio, propriedade de D. Antónia Adelaide Ferreira, em direção à Régua. No entanto, ao aqui passarem, o pequeno barco rabelo sofreu um naufrágio, no qual resultou a morte do Barão de Forrester.
Ponte da Ferradosa
Esta obra metálica é uma ponte ferroviária e é aqui que o comboio da linha do Douro faz a travessia de uma margem para a outra do rio. É a ponte mais baixa de todo o percurso do Douro, estando apenas a 7m de altura.
Quinta das Vargelas
É uma das quintas mais interessantes de todo o Rio Douro e enquadra-se num belo trecho do Douro Superior. Pertence, desde 1893, à companhia Taylors. Para além do excelente vinho, produz também um ótimo azeite. Esta quinta possui uma bela casa com piscina, uma grande adega e uma estação ferroviária privativa.
Quinta do Vesúvio
É uma das maiores quintas do Douro, situando-se no concelho de Vila Nova de Foz Côa. Era conhecida como a quinta dos 7 montes e 30 vales. A D. Antónia Ferreira mandou construir junto ao rio uma bela casa senhorial de expressivo conjunto arquitetónico. A quinta foi construída para ser a mais bela Quinta do Douro e ao vê-la ainda nos dias de hoje, não restam dúvidas de que assim é. Além da construção de centenas de terraços e da plantação de milhares de vinhas, foi construída uma adega de grandes dimensões, onde as atividades humanas como a pisa da uva se repetem ano após ano como manda a tradição. A quinta do Vesúvio afirmou-se, por direito próprio, como um dos principais produtores de Porto Vintage. Desde 1823 que pertenceu à família Ferreira, e foi no seio desta família que alcançou o seu lendário estatuto. Atualmente, pertence à família Symington.
Rio Sabor
O rio sabor nasce em Espanha entrando depois em Portugal pela serra de Montesinho. Após percorrer mais de 100km através da região de Trás-os-Montes, desagua no rio Douro. É considerado um dos rios mais puros e de maior valor ecológico de Portugal. É no vale deste rio que se encontra uma das terras mais férteis de Portugal: o Vale da Vilariça, considerado como o local onde se produz a melhor fruta do país devido as suas condições climatéricas. A curva do Sabor é a curva mais acentuada do Rio Douro em território português, fazendo um ângulo de cerca de 200 graus.
Quinta do Vale Meão
Em 1877, foi comprada pela D. Antonia Adelaide Ferreira. O seu sonho, na altura, era de construir uma exploração modelo a partir do nada. A obra durou de 1877 a 1895 e foi a sua última, pois faleceu no ano seguinte. A quinta é propriedade da família Olazabal, descendente da Ferreirinha.
Pocinho
Pertence ao concelho de Vila Nova de Foz Côa e é conhecido pela beleza das amendoeiras em flor durante os meses de fevereiro e março. Por este motivo, esta povoação é conhecida como a “Princesinha da Amendoeira em Flor”. É, desde 1988, o terminal da linha do Douro. Foi no final desse ano que o troço ferroviário entre o Pocinho e Barca d’Alva foi desativado.
Ponte Metálica do Pocinho
É uma ponte de tabuleiro duplo, sendo o superior ferroviário e o inferior rodoviário. Tem 315m de comprimento e 30m de altura. Atualmente, esta ponte encontra-se desativada.
Barragem do Pocinho
Foi a quarta barragem a ser construída, entre 1978 e 1983. Está situada a 180km da foz do rio Douro, no Porto. A sua eclusa tem 85m de comprimento, 12m de largura e um desnível de 20m.
Foz do Rio Côa
E no vale deste rio que se encontram as gravuras rupestres de Foz Côa, a maior coleção de figuras do mundo a céu aberto. Estas gravuras, com mais de 30.000 anos, foram consideradas Património Mundial em 1998. Desde 1996 que o Parque Arqueológico do Vale do Côa organiza visitas guiadas a alguns locais onde as gravuras se encontram.
Ponte Almirante Sarmento Rodrigues
Foi inaugurada em 1955. Foi projetada por Edgar Cardoso, mas a sua construção ficou a cargo do engenheiro José Zagalo. É uma ponte em betão com 232m de comprimento e 8m de largura.
Barca d’Alva
Junto à fonteira espanhola, encontra-se Barca d’Alva, pertencente ao concelho de Figueira de Castelo Rodrigo, distrito da Guarda. Foi o posto alfandegário e terminal da linha do Douro entre 1887 e 1988. Em outubro de 1988 o troço da linha do Douro entre o Pocinho e Barca d’Alva foi desativado, contribuindo para a estagnação do desenvolvimento desta povoação. Aqui termina o seu cruzeiro!
São tantos os motivos de interesse que as doces águas do Douro nos trazem ao longo deste percurso que não será fácil tirar a vista e largar a máquina fotográfica! Reserve já o Cruzeiro Régua - Barca d'Alva – Régua e maravilhe-se com a beleza cénica do Alto Douro. Com pequeno-almoço e almoço a bordo e regresso em comboio pela Linha do Douro, esta será, com toda a certeza, uma viagem inesquecível!