A incrível História dos Barcos Rabelo. Blog do Douro

Blog

A Incrível História dos Barcos Rabelo

voltar

As típicas embarcações do Douro são mundo mais do que imaginou: são cultura, são História!

Se já deu por si a passear pelo Cais de Vila Nova de Gaia ou pela zona da Ribeira no Porto, provavelmente já terá visto as belíssimas réplicas daqueles que foram um dos principais barcos da História do Douro: os icónicos Barcos Rabelos.

Nos últimos anos, as marcas produtoras de vinho têm reavivado a História mais genuína do Douro, reconstruindo e recuperando os míticos Barcos Rabelo. Hoje em dia, servem apenas para embelezar ainda mais esta margem ribeirinha, desatracando apenas em eventos muito particulares, como a Regata do Douro no dia de São João.

No entanto, estes barcos contam muitos anos de aventura e importância, tendo sido fundamentais para a região duriense. É que, efetivamente, não existiria Vinho do Porto sem os Barcos Rabelos. Não acredita? Então embarque connosco a bordo da sua incrível História.

 

Barcos Rabelo: uma Obra-Prima da História Duriense

Muito antes de haver estradas e até ligações ferroviárias, as Quintas produtoras do precioso Vinho do Porto estavam apenas acessíveis através do Rio Douro. Mas, naquela época, o Rio Douro não era o rio plácido que hoje conhecemos e sobre o qual navegamos em maravilhosos cruzeiros. Ao contrário. Este era um rio revolto e tempestuoso, com uma corrente tão turbulenta quanto imprevisível. Faltavam as barragens que, construídas a partir dos anos 70, acalmaram as águas do Douro.

E foi neste contexto que surgiram os Barcos Rabelos. De madeira e tripulados por homens sem medo, rompiam as águas revoltas do Douro, carregados de pipas com Vinho do Porto, para este envelhecer nas Caves de Vila Nova de Gaia e, posteriormente, dali ser exportado para o mundo.

Não é, por isso, de admirar que o Barco Rabelo seja considerado uma obra prima da época. Com dimensões compreendidas entre os 19 e os 23 metros, era erguido através de tábuas sobrepostas, com um fundo chato e vela quadrada. Em média, era possível transportar em cada barco até 100 barris de Vinho do Porto. E a tripulação aventureira desempenhava, também, um papel fundamental: constituída normalmente por 12 homens, eram eles que faziam a diferença quando o barco era apanhado na corrente enfurecida das águas do Rio Douro. Aqueles marinheiros, homens de coragem, davam nomes religiosos aos seus barcos numa prova de fé que, assim, confiavam os levariam a porto seguro. Na maior parte das vezes, chegaram incólumes à Invicta, mas muita gente lá perdeu a vida, como o tão conhecido Barão de Forrester.

 

Em 1887 tudo começou a mudar. Com a construção da primeira via ferroviária do Douro, o rio deixou de ser a única opção para o transporte de barris. Contudo, os historiadores acreditam que os Barcos Rabelos continuaram a navegar até 1964, altura em que deixaram de ser usados.

 

Da História à Atualidade

Atualmente, há várias réplicas de Barcos Rabelos a navegar no Rio Douro, quais Cruzeiros com sabor a tradição. E, acredite, vale muito a pena a experiência: é como se nos sentíssemos parte da História. O nosso Cruzeiro das Pontes é realizado nesta típica embarcação, assim como o cruzeiro Pinhão-Tua-Pinhão que foi construído ainda mais à imagem das icónicos Barcos Rabelo.

E por falar em História, acreditamos que poderá maximizar a sua experiência na compreensão da importância dos Barcos Rabelo e do Vinho do Porto, aquando da visita uma famosa Quinta Produtora de Vinhos da região. Afinal, era ali que tudo começava e que, ainda hoje, começa.

 

Depois de tudo isto, certamente começará a prestar muito mais atenção aos Barcos Rabelos. E lembre-se sempre: para além de ficarem absolutamente espetaculares nas fotografias com o Rio Douro ao fundo, eles desempenharam um papel fundamental no desenvolvimento da região duriense e no propagação do Vinho do Porto pelo mundo!