O Douro é, sem sombra de dúvida, uma das mais belas e famosas regiões do país. Inspiração de escritores, pintores e realizadores de cinema, a região duriense tem no belo quadro natural que apresenta, com o Rio Douro ao fundo e o vale verdejante a estender-se para lá do horizonte, o seu maior trunfo. São paisagens de cortar a respiração que se multiplicam e convidam que nelas se demore a quem as visita.
Mas, se acha que já viu tudo do Douro, desengane-se. Há lugares que parecerem perdidos no meio deste imenso vale e que não costumam constar dos roteiros turísticos mais conhecidos. Lugares que nos induzem à descoberta, à aventura, a explorar o que de mais genuíno há em Portugal.
E para que enriqueça (ainda mais) a sua viagem pelo Douro, partilhamos consigo três locais menos conhecidos na região duriense que vale mesmo a pena visitar. Venha daí!
Ucanha: Para Quem Gosta de Se Perder na História
O nome pode até soar-lhe estranho, sobretudo se nunca ouviu falar desta pacata terra, mas a verdade é que a aldeia do concelho de Tarouca foi, em 2011, classificada como aldeia vinhateira do Douro. Localizada na encosta que desce até ao Rio Varosa, este é um bom lugar para visitar se gosta de se envolver na História enquanto aprecia paisagens bonitas.
O monumento mais importante de Ucanha é a sua torre e carrega o título de monumento nacional, uma vez que, na era medieval, foi o principal local de defesa junto à ponte, além de servir de posto de controle de pessoas e de cobrança de portagens. Como em 1504 as portagens foram abolidas, a torre perdeu grande parte da sua anterior importância, embora seja o mais relevante ponto turístico da aldeia. E é tão magnífico!
Assim, vale a pena visitar esta pequena aldeia, admirando ainda e de perto a ponte medieval que, tantos anos depois, ainda perdura e uma belíssima igreja paroquial. E, claro, pare aqui para um bom almoço regional, que aconselhamos vivamente. Feito à base de produtos locais e sempre servido com um sincero sorriso duriense, será uma experiência memorável e que apurara todos os seus sentidos.
Caso tenha ficado interessado em conhecer Ucanha, o verão é uma boa altura se sempre quis dar um mergulho com vista para o Douro, uma vez que aqui encontramos uma sossegada praia fluvial. Mas claro que todas as épocas do ano são alturas ideias para, por aqui, passear. O nosso programa Douro Encantado, com partidas garantidas entre abril e outubro, dedica algum tempo a esta paraíso escondido no Douro e, por isso, é uma boa opção.
E para os mais curiosos, vale a pena visitar as ruínas romanas de Salzedas, que ficam ali perto!
Pocinho: Para os Apreciadores de Belos e Inesquecíveis Quadros Naturais
Situado na margem esquerda do rio Douro, o Pocinho não é dos lugares mais conhecidos do Douro, mas é daqueles que agrada sempre a quem o visita. Foi aqui que nasceu Francisco José Viegas, jornalista e escritor, e é aqui que todos os dias anónimos se deixam encantar pelas paisagens de cortar a respiração.
Se é fã de Cruzeiros no Douro, então esta terra não é totalmente desconhecida para si. De facto, um dos nossos cruzeiros mais populares parte da Régua em direção ao deslumbrante Pocinho. Uma das principais atrações desta terra é a estação ferroviária, última estação da Linha do Douro. Mas, também, a ponte rodoferroviária (entretanto desativada desde que foi construída a barragem do Pocinho) oferece uma vista incrível sobre o Rio Douro e sobre o seu extenso vale. Esta ponte serviu outrora de ligação entre Vila Nova de Foz Côa e Torre de Moncorvo e encerrou a 1 de Agosto de 1988. Depois de se apaixonar pela vista, percorra as ruelas da aldeia e deixe-se conquistar pela gastronomia da região, almoçando num dos restaurantes típicos.
Contudo, o que mais nos salta à vista num passeio pelo Pocinho e os seus arredores, são as suas incríveis paisagens. Para além dos socalcos tão caraterísticos desta região, estamos numa zona de paisagem agreste e imponente, a qual o Homem nunca conseguiu moldar. Num passeio de barco ou de comboio por esta zona vai conseguir apreciar paisagens intocáveis, abruptamente voltadas para o Rio, por entre montes que não se vislumbram a partir de estradas nacionais. Um belo percurso a percorrer!
Favaios: Para os Apreciadores do Licoroso Moscatel
Provavelmente já ouviu falar do famoso vinho Moscatel. Talvez o que lhe vem logo à memória é o doce Moscatel de Setúbal – talvez o mais conhecido em Portugal – mas o que provavelmente não sabe é que um dos mais deliciosos vinhos Moscatel de sempre é produzido no Douro, e mais concretamente na aldeia perdida no meio da região: Favaios.
Longe dos holofotes, Favaios é daqueles lugares pelos quais nos apaixonamos mal chegamos. A aldeia remonta à Idade do Ferro, mas alguns historiadores afirmam que o seu nome, do latim Flavius, teve origem no facto de ter sido uma aldeia romana. Como pode perceber, História e histórias para aprender não faltam, por aqui… em Favaios. E para além das estórias, Favaios oferece algumas das mais belas paisagens, pintadas a verde, que algum dia verá. E, acredite, não se trata de exagero literário ou utopia. É a realidade, e por aqui as pessoas recebem-nos tão bem que prometemos sempre um dia voltar.
E para além de todas estas caraterísticas que a tornam num dos lugares mais saudosos do país, a tradição de do licoroso néctar que aqui é produzido conta muitas mais histórias. Aqui pequenos e grandes produtores uniram-se desde tempos idos, na busca pela produção de um dos melhores vinhos do mundo. E para além deste vinho ter um papel preponderante na economia local, as Quintas nesta região proporcionam experiências únicas e bem típicas aos mais curiosos, acompanhadas por uma boa prova de vinhos e por músicas tradicionais.
Assim, a nossa sugestão é que se deixe levar pelas ruas da aldeia enquanto vê as capelas e a igreja que por lá existem, acabando numa visita ao Museu do Pão e do Vinho. Pelo meio, não se esqueça de experimentar o pão de Favaios e, claro, de provar o bom vinho Moscatel. Favaios é um dos tesouros do Douro que tem mesmo de conhecer.
E agora que já sabe quais os lugares mais pitorescos do Douro que pode visitar, com a garantia de que poderá andar livremente sem esbarrar em turistas a cada cinco minutos, comece já a planear a sua viagem ao Douro. Não se esqueça da máquina fotográfica porque vai querer registar cada fragmento destes 3 maravilhosos tesouros durienses.